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As aparições recentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua estadia nos Estados Unidos, onde está hospedado desde o dia 30 de dezembro, foram classificadas pela revista Time como “cenas surreais na Flórida”. Segundo o periódico, o estado americano é conhecido por abrigar grande parte da extrema-direita brasileira no país.
O texto diz que é comum observar Bolsonaro realizando atividades triviais do dia a dia, como ir ao supermercado, comer em um fast-food, compartilhar a rotina nas redes sociais e cortejar seus apoiadores na entrada do condomínio fechado em Orlando, propriedade do ex-lutador de MMA, José Aldo, onde está hospedado. O periódico ainda destacou sua rotina como “um homem da Flórida” e “forte admirador” do ex-presidente americano, Donald Trump.

Como mostrou o Estadão, Bolsonaro participou de dois eventos organizados por apoiadores na Flórida, um deles promovido em Miami por uma organização americana associada ao ataque ocorrido no Capitólio, quando uma turba de apoiadores de Trump tentou impedir a certificação da eleição de Joe Biden em 6 de janeiro de 2021. A Turning Point USA foi fundada pelo americano Charlie Kirk, anfitrião do encontro e apontado nos EUA como parte da engrenagem que ajudou a financiar o comício de Trump que precedeu a invasão do Congresso americano.
Para a Time, o ressurgimento de Bolsonaro na Flórida é um “espetáculo bizarro”, que marca a tentativa do ex-presidente em voltar aos holofotes. Na última quarta-feira, 1º, uma semana antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrar com Biden, Bolsonaro afirmou que pretende permanecer ativo na política brasileira.
Apelidado de “Trump dos Trópicos”, a revista questiona o que o ex-presidente estaria planejando com a sua estadia, ao invés de estar tratando de seu próprio futuro político no Brasil, onde sua imagem está em jogo.
A Time ainda levanta a possibilidade de o autoexílio de Bolsonaro ser uma manobra para evitar enfrentar acusações legais, uma vez que o ex-presidente é acusado por opositores de questionar a lisura do processo eleitoral e inflamar os ataques à sede dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
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