O juiz do Supremo Tribunal do Brasil, Alexandre de Moraes, rejeitou um pedido de suspensão da investidura de onze deputados pela sua possível ligação aos ataques golpistas de 8 de Janeiro, e estes tomarão posse como previsto a 1 de Fevereiro.
De Moraes aceitou o argumento da Procuradoria-Geral, que mencionou a falta de “legitimidade” legal do processo, ao mesmo tempo que esclareceu que os indivíduos em questão já estão a ser investigados em processos anteriores relacionados com estes eventos realizados por apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Sem dúvida, todos serão responsabilizados civil, política e criminalmente por actos contra a democracia, o Estado de direito e as instituições, incluindo por conivência maliciosa – por acção ou omissão – motivada por ideologia, dinheiro, fraqueza, ignorância, má fé ou mau carácter”, diz De Moraes.
Os acusados são os deputados do Partido Liberal (PL) Nikolas Ferreira, Luiz Ovando, Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira, João Henrique Catan, Carlos Jordy, Silvia Waiãpi, André Fernandes, Washington Rodrigues e Walber Virgolino, assim como o deputado do Partido da Renovação Laboral Brasileiro (PRTB), Rafael Tavares.
Segundo uma investigação do jornal ‘O Globo’, um quarto da bancada da PL no Congresso encorajou os eventos do golpe de Estado de 8 de Janeiro em Brasília. Pelo menos 29 deputados e senadores do partido Bolsonaro utilizaram as redes sociais para divulgar informações falsas sobre o que aconteceu na Esplanada dos Ministérios.
Apesar da derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais, a PL foi um dos grandes vencedores, pois será a força política com o maior número de lugares na Câmara dos Deputados – 99 – e no Senado – 14 – além de ser o partido com o maior número de deputados estaduais nas eleições do ano passado.
Para além dos liberais, uma dúzia de outros congressistas pró-Bolsonaristas fizeram juízos errados sobre o que aconteceu naquele dia, dando um combustível especial às teorias de conspiração sobre a presença de “infiltrados de esquerda” nos ataques, a omissão do novo ministro da Justiça, Flávio Dino, e a comparação dos centros de detenção com os campos de concentração.
Fonte: (EUROPA PRESS)